icon-facebook  icon-youtubeicon-instagramicon X site

Apresentação - NOA

Núcleo de Apoio ao Doente com Osteoartrose

O dia 29 de Novembro de 2011 foi um dia feliz! Na Assembleia-geral da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas foram aprovados por unanimidade a criação dos Núcleo de doentes com Osteoartrose (OA) e Núcleo de doentes com Síndrome de Sjögren.

Núcleo, em sentido figurado, significa um conjunto mais ou menos restrito de pessoas agregadas segundo um critério de afinidade, que no caso concreto do Núcleo de Osteoartrose, daqui em diante designado por NOA, o que nos une é a dita patologia, mais conhecida por artrose.

“Levai as cargas uns dos outros” e a “A união faz a força” são alguns dos adágios que gostaríamos de destacar.

noa-ajudaRelativamente ao primeiro, podemos concluir que todos nós temos cargas, que não devem ser transportadas isoladamente. Há um plano para que essa carga seja compartilhada. Embora existam “fardos” que eu devo e consigo levar, outros há que são pesados demais para serem carregados por alguém sozinho. Então é possível existirem sócios da Liga sobrecarregados, pela dor no corpo que se infiltra até à alma, pelas articulações presas que fazem perder a autonomia e a liberdade. No NOA, parafraseando Lutero, precisamos ter “ombros fortes e ossos potentes” para ajudarmo-nos mutuamente.

noa-uniaoO segundo provérbio, mostra-nos que conseguiremos ganhar força e ânimo se estivermos ligados uns aos outros, ultrapassando os surtos característicos da OA, que nos incomodam, como a dor persistente, inchaço articular e dificuldade de movimento. Tal como o corpo humano, que padece quando algum dos órgãos não funciona bem e que tudo faz para ajudar o atingido a ultrapassar o mal, no NOA poderemos, unidos àqueles que trilharam um percurso idêntico e percebem a mesma linguagem, superar os desafios da doença. No NOA almejamos desenvolver os “cinco sentidos” para podermos servir mais eficazmente: ouvidos capazes de ouvir os desabafos dos outros, mas sobretudo os “gritos” surdos que saem de dentro; olhos atentos às dificuldades aparentes, mas também a tudo aquilo que conseguimos fazer; olfacto aperfeiçoado para amenizar os odores menos agradáveis à nossa volta; paladar apurado para saborearmos juntos, aquilo que de bom a vida nos dá a cada dia; e tacto para apaziguarmos a dor sentida, e quantas vezes incompreendida, estendendo a mão a quem precisa.

O bom funcionamento do NOA requer a cooperação multidisciplinar dos profissionais de saúde e de outros que têm na Liga dedicado a sua vida em prol dos outros, investindo o seu tempo, sabedoria e coração. Numa primeira fase pretende-se auscultar os doentes com OA. Queremos saber quais as articulações atingidas e há quanto tempo a OA se instalou? Quanta dor tem e quais as suas limitações na vida diária? Depois precisamos que manifestem a intenção de adesão ao NOA e transmitam as vossas ideias, opiniões e preocupações a fim de estabelecermos um plano estratégico de apoio. Numa terceira fase pretende-se o crescimento do núcleo. Cada um, certamente conhecerá um familiar, amigo, vizinho ou colega de trabalho que padece de OA. Então “passe a palavra” e faça um convite para se associarem à Liga integrando o NOA. Em quarto lugar, a educação da auto-gestão pelo paciente, é um alvo que perseguimos. Afinal passamos 24h connosco próprios e, por isso, com o auxílio de especialistas e de cuidadores, estará ao alcance de cada um descobrir a sua capacidade de gerir a OA no dia-a-dia. E, por último, não poderíamos esquecer outras intervenções recomendadas para a OA: a prática de actividade física e o controlo do peso.

Da partilha mútua e troca de experiências enfrentaremos a Osteoartrose com outra atitude e disposição; lado a lado suportando-nos uns aos outros, e de cabeça erguida olhando para o alto de onde nos vem o socorro.

Margarida Espanha
Sócia da LPCDR e portadora de OA