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Programa de Exercício em Casa para a Osteoartrose

A Osteoartrose (OA) é uma doença degenerativa, sendo a forma mais comum de artrite. A articulação do joelho é uma das mais frequentemente atingida com OA causando dor, fraqueza muscular e Gráficoconsequentemente níveis de incapacidade funcional significativos, principalmente a partir dos 55 anos de idade, tornando-se um encargo considerável para a saúde do indivíduo. Pretende-se com o tratamento da OA, aliviar os principais sintomas da doença, bem como reduzir a incapacidade e tentar evitar a progressão da doença. A Sociedade Internacional para a Investigação da Osteoartrose (OARSI) apresenta um conjunto de 25 recomendações (farmacológicas, não-farmacológicas e cirúrgicas) para o tratamento, sendo o exercício uma das principais recomendações.


Sendo a OA uma doença incapacitante e o exercício físico uma componente importante no tratamento, é fundamental desenvolver programas de intervenção adaptados aos indivíduos com esta patologia, com o objectivo de promover a Tabelamelhoria da qualidade de vida do doente reumático, aliviando os sintomas, minimizando a incapacidade e evitando a progressão da mesma. Não nos podemos esquecer que a limitação funcional de certos doentes, pode impedi-los de realizar adequadamente um programa de exercício comum. Para ultrapassar esta condicionante os exercícios realizados em casa podem ser uma alternativa eficaz e acessível a todos. Tal como qualquer programa de exercício para a OA, os objectivos do exercício físico em casa, têm como objectivo geral melhorar a qualidade de vida do doente.

Tipos de Exercícios e Recomendações
Um programa de exercício é parte essencial no tratamento da OA quando adequado e executado de forma correcta, sendo importante que os exercícios sejam de fácil aprendizagem. Um programa de exercício em casa deverá abranger vários tipos de exercício aconselhados: Exercícios de flexibilidade - importantes para a manutenção ou aumento da amplitude do movimento das articulações, reduzindo a rigidez; Exercícios de Força/Resistência Muscular – fundamentais para aumentar a força dos músculos que rodeiam as articulações afectadas, servindo de protecção das mesmas; e exercícios funcionais - exercícios esses que melhoram aspectos essenciais da realização de tarefas do dia-a-dia.

Para o programa de exercício ser eficaz é importante ter em conta algumas recomendações para a sua concretização. O estabelecimento de uma relação de confiança e respeito entre o doente e o profissional de saúde é um aspecto crucial para que se obtenham os melhores resultados possíveis, sendo determinante estabelecer metas realistas. Antes do início do programa é preciso ter em atenção o local onde se irão realizar os exercícios; o espaço deve ser amplo sem objectos à volta que possam interferir e incomodar a sua realização. Ao profissional competente (fisioterapeuta ou professor de educação física) cabe demonstrar a correcta execução do exercício ao participante e corrigir possíveis erros de execução. Depois de um período de aprendizagem, este realizará os exercícios de uma forma autónoma e regular sem supervisão. Alguns exercícios poderão ser executados em frente a um espelho para ver se se está a realizar correctamente. É recomendável haver uma sessão semanal ou quinzenal presencial para a explicação e exemplificação de novos exercícios e ainda com o objectivo de motivar os participantes. Adicionalmente, o contacto telefónico regular é aconselhável também como uma estratégia motivacional.

Em relação a cada sessão de exercício é importante iniciar-se com um bom aquecimento que inclua exercícios de mobilidade articular, com o objectivo de reduzir a rigidez tão característica da OA e terminar com exercícios de retorno à calma. É importante ter em conta aspectos como a frequência, intensidade e duração com que os exercícios de resistência muscular são realizados. Nas duas primeiras semanas a duração da sessão não deve ultrapassar os 10/15 minutos e os exercícios devem ser executados de forma lenta e progressiva, com o objectivo da pessoa ter a percepção subjectiva do seu esforço evitando ultrapassar os seus limites, que poderá resultar num aumento da dor. A correcta prescrição do exercício para a OA, promoverá benefícios reduzindo o grau de dor e rigidez, melhorando a funcionalidade e a força muscular.

Pedro Campos (Associado da LPCDR e Mestre em Ciências da Fisioterapia)

Artigo publicado no Boletim nº 52 (Abril a Junho de 2014)